O Maranhão de portas abertas para o mundo 2s44e

por Jorge Aragão

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Por Carlos Brandão

Dizem que o mundo é grande demais para quem tem medo. Mas para quem tem coragem, compromisso e acredita na força do seu povo, o mundo é, na verdade, um grande campo de possibilidades. Pensando assim, cumprimos uma importante missão internacional à Europa. Fomos com o coração cheio de orgulho e as mãos carregadas do que o Maranhão tem de melhor: a força do nosso povo e o potencial da nossa terra.

Logo em Paris, vivemos um momento histórico com a presença do presidente Lula. A Organização Mundial de Saúde Animal concedeu ao Brasil e ao Maranhão o certificado de Zona Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. Não é pouca coisa. É fruto de muito trabalho. Dos nossos criadores, dos técnicos, dos servidores da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) e de um governo que acredita na seriedade como caminho. Esse selo muda tudo. Nos abre as portas dos mercados mais exigentes do planeta: China, Estados Unidos, Europa e Japão. De criadores respeitados (segundo estado do Nordeste em rebanho bovino), amos a ser exportadores em potencial. E já estamos avançando na consolidação de nossa entrada nesse mercado que, só em 2024, movimentou 12,8 bilhões de dólares no país. Nos reunimos com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, com lideranças do setor frigorífico e de exportação. Mas queremos mais do que vender carne. Queremos mais empregos no campo, mais renda para quem produz, mais oportunidades para os maranhenses.

Ainda em Paris, estivemos com empresas que acreditam no Maranhão. Com a Axens e a Oil Group, estamos negociando a instalação de uma refinaria modular de última geração, na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Bacabeira, que pode significar um investimento de 1,5 bilhão de dólares e a geração de centenas de empregos. Nosso trabalho busca desenvolvimento com inovação e responsabilidade ambiental.

Já na sede da Unesco, recebemos o convite oficial para a entrega dos títulos de Patrimônio da Humanidade: os Lençóis Maranhenses, agora oficialmente reconhecidos como patrimônio natural; e o nosso Bumba Meu Boi, como patrimônio cultural imaterial. Foi um momento ímpar. Não apenas por tudo que isso representa, mas porque reafirma aquilo que somos: um povo de cultura viva, de alma forte, de raízes profundas. Fizemos questão de formalizar à Unesco nossa intenção de que a cerimônia de entrega aconteça nos Lençóis, quando também queremos contar com a presença do presidente Lula e de nosso povo. Do jeito que tem que ser.

Seguimos viagem rumo à Suécia, onde nos reunimos com a Stegra, empresa de tecnologia limpa voltada para a descarbonização industrial, para conversarmos sobre um estudo de viabilidade – que está sendo realizado pelos suecos – para a instalação de uma planta de hidrogênio verde e HBI (ferro briquetado a quente) no Maranhão, com investimento de cerca de 3 bilhões de dólares e previsão de gerar 1.500 empregos, entre diretos e indiretos. Representantes da Stegra já estiveram no Maranhão, visitaram o Porto do Itaqui e saíram impressionados com o nosso potencial logístico. Também já conheceram a ZPE, em Bacabeira. O que está em jogo aqui é mais do que investimento. É o futuro e um modelo de desenvolvimento que respeita o planeta e cria oportunidades para quem mais precisa.

Além de divulgarmos nossa beleza e cultura para o mundo, estamos colocando o Maranhão no mapa dos grandes projetos globais. Com coragem, diálogo e compromisso, seguimos transformando oportunidades em realizações. Acreditamos em um Maranhão de todos, que valoriza sua história, protege sua natureza, gera emprego com responsabilidade e se conecta com o futuro.

Nosso estado tem pressa, tem rumo e tem povo forte. E é com esse povo que seguimos caminhando, aqui e em qualquer lugar do mundo.

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Braide entrega interligação entre Geniparana, Vila Zenir e Santa Efigênia 2n5w6i

por Jorge Aragão

Neste sábado (7), o prefeito Eduardo Braide entregou a nova Avenida Alexandre Caldas, que interliga os bairros Geniparana, Vila Zenir e Santa Efigênia. A obra, executada pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), promove mais agilidade, segurança e qualidade de vida para milhares de moradores da região.

Antes considerada um ponto crítico por conta de uma vala aberta que causava transtornos e riscos, a área foi completamente transformada com drenagem profunda, limpeza do canal, pavimentação por meio do programa Asfalto Novo e implantação de sinalização completa. A nova via já começa a impactar positivamente a rotina dos moradores, eliminando longos desvios e facilitando o o entre bairros vizinhos.

“Agora, quem quiser ar do Geniparana para o Santa Efigênia, vai ser rapidinho. Quem mora na Cidade Olímpica, Janaína, Jardim América, Santa Efigênia e toda a região não vai mais precisar dar aquela volta enorme para cruzar a região. Em menos de cinco meses, estamos entregando a interligação que vocês tanto sonhavam, uma avenida totalmente nova, asfaltada, sinalizada e pronta para melhorar a vida de todos”, afirmou o prefeito.

Para o secretário da Semosp, David Col Debella, “essa entrega representa respeito com a população. Isso aqui é planejamento, é compromisso e é resultado de uma gestão que trabalha com seriedade”, pontuou o secretário.

Transformação – Entre os moradores que acompanharam a entrega da nova avenida, o sentimento era de gratidão e alívio. Dolores Nascimento Chagas, dona de casa que vive há mais de 32 anos na região, não escondeu a alegria ao ver a antiga vala dar lugar a uma avenida asfaltada e segura.

“A gente esperou muito tempo por isso. Era muito difícil ver o bairro crescendo, mas sem ter uma avenida de verdade para ar. Agora está lindo, é uma alegria ver essa obra pronta. Vai mudar muito a nossa vida e de toda essa região”.

A solenidade também contou com a presença da vice-prefeita Ismênia Miranda; parlamentares; lideranças políticas e comunitárias; servidores e a comunidade.

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Um sábado de atas, sapotis, pitombas e uma boa e inquietante conversa 6h5au

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Sempre que posso, depois do sagrado Caldo do Seu João, na Rua do Sol, vou com meu irmão, Nagib, ao Mercado Central, garimpar coisas para comprar.

Na última vez que lá estivemos, paramos em uma barraca para comprar umas atas, sapotis, mangas e pitombas, frutas que lembram muito nossos país. Estávamos ali quando se aproximou de nós um senhor. Ele tinha uma cara conhecida, mas não me lembrava o nome dele.

Nos cumprimentou e disse que conheceu nosso pai, disse que ambos trabalharam na Fábrica Santa Isabel, nos anos 1950. Que conheceu nossa mãe, do tempo em que ela trabalhava na secretaria de fazenda do município.

Ele contou muitas histórias, inclusive dos times de futebol de salão de papai e tio Samuel Gobel. Ficamos lá durante um bom tempo. Ele se lembrando de sua juventude e nós bebendo daquela fonte.

Ele contou que ao deixar a fábrica, se dedicou aos estudos, constituiu família, formou-se, trabalhou durante toda a vida e que hoje goza de uma confortável aposentadoria, na companhia de sua esposa, filhos, netos e até bisnetos.

No meio de nossa conversa ele disse uma coisa que me deixou muito feliz e recompensado. Disse que meu pai estaria orgulhoso de mim, por tudo que fiz depois que ele faleceu. Disse que ele acompanhou meu trabalho na política e acompanha o que faço na literatura, no cinema e o trabalho no MAVAM. Fiquei surpreso que ele soubesse sobre o MAVAM!…

Quando já íamos nos encaminhando para finalizar a nossa prosa, ele me disse que em que pese ele não ter tanto conhecimento quanto eu sobre política, que ele acredita que as coisas que estão acontecendo no Brasil, que todas as arbitrariedades que estão sendo cometidas pelos poderes da república, tanto no executivo, quanto no legislativo e principalmente no judiciário, vão acabar levando nosso país a um verdadeiro desastre. E finalizou de maneira catastrófica: “O que o STF tem feito, quase justifica a ação daqueles idiotas que tentaram dar um golpe de estado. É em momentos como esse, que as revoluções sa e russa se justificam plenamente”.

Fiquei abismado, e bastante preocupado, pois aquele senhor que demonstrou durante todo o tempo em que amos conversando, ser uma pessoa equilibrada, correta e de bem, e ele realmente é tudo isso, cogita que para resolver a crise criada pela desenfreada polarização, a generalizada judicialização de nossa sociedade, é justificável que se recorra a força.

Saí dali com as frutas que fui comprar, mas também com a cabeça cheia de questionamentos, difíceis para um sujeito como eu, com o meu perfil, minha formação e meu modo de pensar e me colocar perante as coisas da vida, conseguir digerir correta e satisfatoriamente.

Era como se ao invés de termos comprado as frutas de preferencia de nossos país tivéssemos comprado pepinos, jilós e pimentas para prepararmos uma salada de difícil digestão.

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Superação: Penha realiza terceira rodada de avaliação física 4o6z4x

por Jorge Aragão

O vereador de São Luís, Raimundo Penha (PDT), promoveu, neste sábado (07), a terceira rodada de avaliação física do Projeto Superação, contemplando participantes dos polos Bequimão (turmas de zumba e funcional), Alemanha (turma de zumba) e Pão de Açúcar (turma de zumba).

A ação aconteceu na Faculdade Estácio e reuniu dezenas de voluntários, entre estudantes e professores das áreas da saúde e assistência social, que se dedicaram a oferecer atendimentos gratuitos à comunidade.

“Mais um sábado de avaliação física do projeto Superação. Estamos terminando o primeiro semestre com todos os nossos alunos avaliados. Hoje concluímos com a avaliação da Alemanha, do Bequimão e do Pão de Açúcar. Também oferecemos diversos serviços gratuitamente para os participantes do nosso projeto”, destacou Raimundo Penha.

Entre os atendimentos ofertados estavam: nutrição, pedagogia, psicologia, fisioterapia, odontologia, avaliação psicomotora, orientação jurídica, coleta de sangue, cadastro em programas do Governo, serviço social, orientação contra golpes virtuais e cuidados com a saúde do idoso.

A participante Adélia Monteiro, de 67 anos, moradora do bairro Alemanha, compartilhou sua experiência: “ei pela odontologia e pela nutrição. Muito importante para que a gente envelheça saudável”.

O Projeto Superação segue sendo referência em promoção da saúde, qualidade de vida e inclusão social, especialmente para o público da terceira idade e moradores de comunidades de São Luís.

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São João da Thay celebra a cultura do MA com riqueza de atrações 706q5

por Jorge Aragão

Conhecido em todo o Brasil, o São João da Thay reuniu milhares de pessoas na noite da sexta-feira (6) no Espaço Reserva Shopping da Ilha para celebrar a cultura maranhense. Este ano, o evento conta com o apoio do Governo do Estado e foi aberto ao público gratuitamente.

Entre as apresentações do primeiro dia do evento estiveram o Boi União da Baixada, Boi de Morros, Boi de Sonhos, Boi da Pindoba, Boi Pirilampo, além de shows de atrações nacionais, como a cantora Joelma e o cantor João Gomes.

Uma das características do São João da Thay é servir como vitrine da cultura maranhense e para isso são convidados digitais influencers de várias regiões do país, que têm a oportunidade de conhecer a festa maranhense e divulgar para seus seguidores. Organizado pela atriz maranhense e digital influencer Thaynara OG, o evento está em sua sétima edição e representa uma grande celebração à cultura.

“Eu já faço esse trabalho de impulsionar a cultura e fomentar o turismo e a economia criativa, então por que não somar forças com o Governo do Estado, que também tem esses mesmos objetivos? Para mim é uma honra fazer parte do maior São João do Brasil na programação que o Governo do Estado traz com mais de 60 dias. É algo impressionante”, relatou Thaynara OG.

Neste sábado (7), a programação do São João da Thay conta com apresentação dos grupos Companhia Barrica, Boi Raízes do Maranhão, Cacuriá Balaio de Rosas e shows de J. Eskine, Limão com Mel, Pedro Sampaio e Márcia Fellipe. O secretário de Estado da Cultura, Yuri Arruda, destacou a importância do evento.

“Esse ano o governo apoia diretamente o São João da Thay e no primeiro dia dezenas de milhares de pessoas participaram dessa grande festa que exalta a nossa cultura, as nossas manifestações culturais, e leva o nosso São João para todo mundo. Parabenizo o governador Carlos Brandão e a primeira-dama Larissa por incentivarem e fazer essa grande festa [o São João] acontecer em todo o estado”, declarou o secretário Yuri Arruda.

Atração nacional da primeira noite do evento, a cantora Joelma relatou que se sente muito feliz com as visitas ao Maranhão e que ficou honrada com o convite para se apresentar no São João. “É maravilhoso, estou aqui mais uma vez para matar a saudade nesse evento incrível, nessa festa linda da Thay. Ela está de parabéns e merece tudo isso e muito mais”, afirmou a cantora.

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Participação das mulheres é elemento essencial à democracia 66n44

por Jorge Aragão

Por Anna Graziella

A sub-representação feminina nos espaços de poder e decisão no Brasil é um fenômeno persistente que revela um grave déficit democrático. Apesar de avanços legislativos e constitucionais direcionados à promoção da igualdade de gênero, o cenário político-eleitoral brasileiro ainda se mostra resistente à inserção efetiva das mulheres nos parlamentos e no Executivo. Nesse contexto, o debate sobre o novo Código Eleitoral enseja preocupações legítimas quanto ao risco de retrocesso institucional e violação dos compromissos constitucionais assumidos pelo Estado brasileiro em matéria de igualdade e não discriminação.

A história do Direito brasileiro, quando observada sob o prisma de gênero, revela um ado marcado por normas que institucionalizaram a subalternidade feminina. O Código Civil de 1916, por exemplo, conferia ao marido a condição de chefe da sociedade conjugal e à mulher o status de relativamente incapaz, reafirmando a lógica patriarcal herdada das Ordenações Filipinas.

Essa exclusão jurídica se estendia ao campo político, cabendo rememorar que, até 1932, as mulheres estavam formalmente alijadas do direito ao voto, que só foi constitucionalizado em 1934.

Essa tradição de silenciamento é reiterada por Mary Beard em Mulheres e Poder, ao demonstrar, a partir de referências clássicas como a Odisseia, que a voz feminina foi sistematicamente suprimida ao longo dos séculos, uma cultura de apagamento que reverbera até hoje nos espaços políticos.

Embora as mulheres representem 52,5% do eleitorado brasileiro e componham cerca de 46% do total de filiados a partidos políticos, elas ocupam apenas 18% da Câmara dos Deputados e um percentual ainda inferior no Senado Federal. Brasil está em 136º lugar no ranking mundial de representação feminina no parlamento, atrás da maioria dos países latino-americanos.

Esse descomo configura uma disfunção democrática estrutural. Se a Constituição da República de 1988 consagra, em seu art. 5º, inciso I, o princípio da isonomia, e determina no art. 3º, inciso IV, como objetivo fundamental da República, a promoção do bem de todos “sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”, a sub-representação feminina nos cargos eletivos é não apenas inaceitável, como inconstitucional.

A representatividade feminina não é uma concessão política, tampouco um capricho ideológico. Trata-se de instrumento de qualificação da democracia e de aperfeiçoamento dos processos decisórios. Pesquisas de mercado e estudos produzidos por organismos multilaterais e instituições privadas demonstram que organizações com maior diversidade em seus quadros decisórios produzem melhores resultados, têm maior lucratividade e desenvolvem políticas mais aderentes às necessidades da sociedade.

O mesmo raciocínio se aplica ao setor público. A ausência de mulheres em instâncias de poder compromete a formulação de políticas públicas adequadas às demandas femininas. Casos emblemáticos como a ausência de mamógrafos íveis a mulheres com deficiência, a precariedade de banheiros femininos em parlamentos e a evasão escolar decorrente da pobreza menstrual demonstram a invisibilização de necessidades específicas também em razão da baixa participação feminina na política.

O ordenamento jurídico brasileiro contempla uma série de normas voltadas à promoção da igualdade de gênero no processo eleitoral, a exemplo da Lei nº 9.504/97, art. 10, § 3º que exige que os partidos e coligações preencham no mínimo 30% e no máximo 70% das candidaturas proporcionais para cada sexo; da legislação que assegura 30% do tempo de propaganda partidária para promoção da participação feminina e aplicação efetiva dos fundos partidário e do especial de financiamento de campanha; da Lei 14.192/21 que tipifica a violência política de gênero, compreendida como qualquer ação destinada a impedir, restringir ou dificultar a participação da mulher na política.

Essas medidas, ainda que comprovadamente insuficientes, representam conquistas civilizatórias mínimas. Retroceder nesse arcabouço é inissível sob a ótica constitucional e contraria pactos internacionais ratificados pelo Brasil, como a CEDAW (Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher).

O relatório do senador Marcelo Castro (MDB/PI), na proposta do novo Código Eleitoral, propõe substituir a cota de 30% de candidaturas por uma reserva de 20% das cadeiras legislativas para mulheres, válida por 20 anos. Embora essa medida possa representar um avanço em termos de ações afirmativas de resultado, preocupa a proposta paralela de suspender, pelo mesmo período, as sanções aos partidos que não cumprirem a cota de candidaturas femininas.

A tentativa de suspender por duas décadas os efeitos das sanções aos partidos que não respeitarem a proporcionalidade de gênero viola os efeitos concretos já validados pela jurisprudência eleitoral, como as decisões que (i) garantiram rees proporcionais do Fundo Partidário e do FEFC às candidaturas femininas; (ii) reforçaram a obrigatoriedade de cumprimento efetivo das cotas de gênero, como requisito de validade do registro das chapas proporcionais.

Trata-se, portanto, de uma proposta que enfraquece os pilares de controle, fiscalização e equidade eleitoral, colocando o país em descomo com os padrões democráticos internacionais, como os recomendados pela ONU Mulheres, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e pelo Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA).

Essa suspensão, por óbvio, compromete a eficácia da norma, desestimula os partidos políticos a incrementar seus estatutos em busca de dinamizar e formar lideranças femininas e abranda os mecanismos de controle institucional. Além disso, a proposta legislativa representa um retrocesso jurídico e político frente ao estágio normativo atual. O Brasil possui um conjunto de obrigações constitucionais e internacionais que impõem ao Estado um dever de progressividade no campo dos direitos fundamentais, especialmente os ligados à igualdade de gênero e participação política.

Ademais, a proposta contida no novo Código Eleitoral deve ser analisada à luz do princípio da proibição do retrocesso em matéria de direitos fundamentais, consagrado pela jurisprudência do STF e reconhecido como decorrência lógica do Estado Democrático de Direito e da cláusula do núcleo essencial dos direitos fundamentais (art. 5º, § 2º, da CF).

A substituição da política de cotas por uma reserva de cadeiras, isoladamente, poderia ser considerada legítima. No entanto, condicionar essa substituição à suspensão de sanções, na prática, aniquila o regime normativo de incentivo à paridade de gênero vigente desde 2009, atrasando, ainda mais, o processo histórico de construção da equidade política no Brasil.

Além disso, essa proposta contraria frontalmente os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro em tratados de direitos humanos com força supralegal, nos termos do entendimento firmado no RE 466.343/SP (Rel. Min. Gilmar Mendes), a exemplo da já mencionada Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), especialmente seu art. 7º, que obriga os Estados-partes a adotarem medidas apropriadas para eliminar a discriminação contra as mulheres na vida política e pública; e da Convenção de Belém do Pará, que trata da prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher, incluindo a violência institucional e política.

A proposta legislativa também afronta as Regras de Brasília sobre o à Justiça das Pessoas em Condição de Vulnerabilidade, que orientam os Estados latino-americanos à adoção de mecanismos específicos de correção de desigualdades estruturais, com enfoque interseccional.

A proposta fere, portanto, os princípios da proibição do retrocesso social, da igualdade material e da democracia representativa. O Supremo Tribunal Federal já consolidou entendimento no sentido de que a vedação ao retrocesso em direitos fundamentais é uma limitação ao legislador infraconstitucional, sobretudo quando envolvem cláusulas pétreas e compromissos internacionais do Estado brasileiro.

A Constituição de 1988 impõe ao Estado o dever de promover a igualdade de gênero, inclusive por meio de ações afirmativas. Qualquer tentativa de enfraquecer mecanismos normativos já consolidados, como as cotas de gênero e o financiamento proporcional, afronta a ordem constitucional e aprofunda as distorções do sistema político.

O novo Código Eleitoral não pode servir de instrumento de revogação velada de políticas afirmativas que estão em fase de consolidação jurisprudencial e cultural. A suspensão das sanções não corrige distorções. Em verdade, desmonta mecanismos de avanço e consolidação da equidade de gênero, comprometendo a construção de uma democracia plural, inclusiva e substancial.

Mais que um equívoco legislativo, essa proposta constitui um retrocesso institucional incompatível com a Constituição de 1988, que consagra o pluralismo político, a dignidade da pessoa humana, a igualdade e a vedação à discriminação como fundamentos da República.

A verdadeira reforma eleitoral deve fortalecer a participação das mulheres com candidaturas competitivas, recursos adequados e apoio institucional. A reserva de cadeiras pode e deve ser debatida e implementada, desde que não se converta em troca de garantias ou em moeda de troca para neutralizar sanções e perpetuar desigualdades.

Não há democracia sem representatividade. E não há representatividade autêntica quando mais da metade da população permanece à margem do poder.

*Anna Graziella Neiva é advogada, sócia fundadora do escritório Anna Graziella Neiva Advocacia, ex Juíza do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão e ex-Ouvidora do TRE/MA, Pós-Graduada em Direito Eleitoral, MBA em Direito Tributário, Especialista em Ciência Jurídico-Política e Direito Constitucional e Eleitoral, Membro Consultora da Comissão Especial de Eleitoral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, membro da ABRADEP, do COPEJE e do IAB.

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Na França, Maranhão e Brasil recebem certificação de Zona Livre da febre aftosa sem vacinação 6g4o66

por Jorge Aragão

Como parte de sua agenda de compromissos oficiais na Europa, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, participou nesta sexta-feira, 6, ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da cerimônia de entrega do certificado internacional que reconhece o Brasil como país livre da febre aftosa sem vacinação. O título foi conferido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OMSA) e a solenidade foi realizada em Paris, na França.

O reconhecimento abrange todas as regiões do país, incluindo o Maranhão, que desde abril de 2024 já havia sido reconhecido no âmbito nacional, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), como zona livre da febre aftosa sem vacinação.

A outorga do certificado ao Brasil é uma conquista histórica para o setor agropecuário brasileiro, líder mundial na exportação de carne bovina e é resultante de mais de 60 anos de trabalhos conjuntos que envolveram vacinação em massa, reforço na vigilância sanitária e cooperação entre União, estados e produtores rurais.

Com a certificação internacional, a carne exportada pelo Brasil e pelo Maranhão terão o a mercados internacionais que exigem maior controle sanitário de carnes, redução de custos e a melhoria da imagem da pecuária brasileira em todo o mundo, como avalia o governador Carlos Brandão.

“Isso abre portas para a exportação tanto do bovino como do suíno, e abre, inclusive, o mercado internacional. A gente já vendia para dentro do país, com certificado de zona livre de aftosa interestadual, mas agora recebemos essa certificação internacional. O que eu pude ver aqui são vários proprietários de frigoríficos com interesse no Maranhão. Agora eles podem se instalar, gerar emprego, gerar renda e exportar pelo Maranhão”, ressaltou o governador.

Porto do Itaqui e a ampliação das exportações – Na última quarta-feira, 4, também em Paris, Brandão participou de reunião com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes e lideranças brasileiras do Setor das Indústrias Frigoríficas de Bovinos e Exportadores de Carne / Bovinos Vivos.

O objetivo do encontro foi ampliar o relacionamento com o setor e prospectar novos investimentos que ampliem as oportunidades de negócios da pecuária maranhense. Para o governador, as capacidades logística e portuária podem fazer a diferença na ampliação das exportações da carne maranhense.

“Nós temos um diferencial entre muitos estados. Nós temos o Porto do Itaqui, onde a carne pode ser beneficiada, processada e exportada através dos navios para a Ásia ou para a Europa, qualquer lugar do mundo”, destacou o governador.

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Roberto Costa entrega novo Centro de Especialidades Médicas de Bacabal 6d1y4g

por Jorge Aragão

O Centro de Especialidades Médicas Dr. Coelho Dias agora está de cara nova. É que o prédio ou por uma reforma completa, ganhando novos espaços, novos equipamentos, climatização e mais conforto para pacientes e profissionais da saúde. A solenidade de reinauguração aconteceu na noite de quinta-feira, 5 de junho, e agora a a contar com 12 consultórios e 21 especialidades médicas.

O evento foi festivo e contou com a presença de profissionais da saúde, autoridades e a comunidade em geral. A diretora do centro, Clarina Reis, destacou a transformação do espaço: “Estamos diante de um novo prédio que muitos já comparam a uma clínica particular, e estamos falando de um centro de referência médica, não só em Bacabal, mas em toda a região. Foi algo muito bem preparado pelo nosso prefeito Roberto Costa, sempre com o objetivo de oferecer o melhor para Bacabal.”

Funcionando de segunda a sexta-feira, o Centro de Especialidades Médicas oferece atendimentos em diversas áreas, como Pediatria, Cardiologia, Ginecologia, Dermatologia, Neurologia, Proctologia, Oftalmologia, Urologia, Nefrologia, Ortopedia, Cirurgia Geral, entre outras. Além disso, abriga programas de grande relevância, como o Programa de Hanseníase — referência no município, oferecendo acompanhamento e tratamento especializado — e o PNAR (Pré-Natal de Alto Risco), que acompanha cerca de 100 gestantes, garantindo cuidado especializado desde a atenção primária até o nascimento, minimizando riscos para mãe e bebê. Também são realizados exames de eletrocardiograma, ampliando o leque de serviços oferecidos à população.

A secretária de Saúde, Yvanna Carvalhal, falou sobre a importância da obra como símbolo de uma nova gestão da saúde pública em Bacabal: “Esse espaço não é apenas um prédio bonito, ele é um símbolo da transformação que o prefeito Roberto Costa está fazendo na saúde de Bacabal, com trabalho, compromisso e amor ao nosso povo. Onde aqui, tudo foi planejado para oferecer mais conforto e um atendimento de qualidade.”

Entre as novidades do novo centro, estão a sala de atendimento especializado para gestantes, sala de espera infantil com brinquedoteca e desfraldário, auditório, serviço social, banheiros adaptados para pessoas com deficiência (PCD) e um sistema de atendimento totalmente informatizado.

O prefeito Roberto Costa enfatizou a importância da nova estrutura, mas reiterou que o acolhimento e o respeito ao cidadão continuam sendo prioridade em sua gestão: “Estamos entregando de volta o Centro de Especialidades, reformado e climatizado. É uma nova estrutura que estamos oferecendo para que a população possa ser bem recebida. Mas eu tenho falado muito dentro da nossa gestão que não adianta termos uma estrutura como essa, bonita, grandiosa, se as pessoas que precisam dela não são bem acolhidas.”

Ele também anunciou a ampliação dos serviços ofertados à população: “Estamos ampliando aqui o número de especialistas como nunca se fez na cidade. Estamos hoje realizando quatro vezes mais a quantidade de exames, porque a nossa intenção é que as pessoas sejam bem atendidas, em por consultas e saiam com suas requisições de exames, e que a Prefeitura possa garantir a realização dos mesmos — não só os laboratoriais, mas também os exames de imagem.”

Roberto Costa ainda confirmou seu empenho em manter uma saúde pública livre de interferências políticas: “Eu não quero que aqui aconteça como no ado, quando as pessoas precisavam pedir a um vereador, a um deputado, ao prefeito ou a um líder político para conseguir marcar uma consulta. Na saúde pública de Bacabal, eu não ito qualquer tipo de ação política. Não ito nenhum tipo de privilégio para absolutamente ninguém. É isso que eu vou sempre cobrar dos nossos servidores: que não façam distinção entre as pessoas e atendam a todos de forma igual.”

A reinauguração do centro contou ainda com a presença de vereadores, como a presidente da Câmara, Natália Duda, do padre Lauro Henrique e de secretários do governo municipal, que comemoraram esse novo momento da saúde em Bacabal.

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André da RalpNet anuncia reforma no Hospital Materno Infantil de Pinheiro 6y5k3p

por Jorge Aragão

Na manhã desta sexta-feira (6), o prefeito de Pinheiro, André da Ralpnet, acompanhado de secretários Municipais e vereadores realizou uma visita técnica ao Hospital Materno Infantil. A ação teve como principal objetivo anunciar o início das obras de reparo e manutenção na unidade hospitalar, com foco na melhoria da estrutura física e na ampliação da qualidade do atendimento prestado à população.

Durante a visita, também foram entregues novos equipamentos hospitalares, como leitos, que vão reforçar a capacidade de internação da unidade e oferecer mais conforto e segurança para pacientes e profissionais de saúde.

O prefeito e sua comitiva percorreram todos os setores do hospital, avaliando de perto as condições das instalações. Em alguns momentos, o gestor dialogou com profissionais de saúde e demais servidores, ouvindo demandas e relatos sobre os desafios enfrentados no dia a dia.

O secretário de Saúde, Eduardo Sá, também esteve presente no evento, destacando a importância do projeto para a Secretaria, que vem trabalhando constantemente por avanços e melhorias no setor.

As obras fazem parte de um plano de reestruturação da rede Municipal de saúde, que prevê melhorias nas unidades e garantir mais qualidade de vida e bem-estar a todos.

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Cota de Gênero: MPE quer manter de vereadores eleitos em São Luís 263i4g

por Jorge Aragão

Em parecer emitido na quinta-feira (6), o Ministério Público Eleitoral afastou as acusações de fraude à cota de gênero supostamente praticadas pelo partido Podemos nas eleições municipais de 2024, em São Luís, e se manifestou favoravelmente à manutenção da chapa proporcional que elegeu os vereadores da legenda.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) foi movida por integrantes do partido Republicanos, Partido Liberal(Liberal) e outros autores, que acusavam o Podemos de registrar três candidaturas femininas fictícias de Brenda Carvalho Pereira, Maria das Graças de Araújo Coutinho e Ana Amélia Mendes Lobo Jardim, apenas para cumprir a cota mínima legal de 30% de mulheres na disputa proporcional.

Segundo os denunciantes, as candidatas não teriam feito campanha, tiveram votações consideradas inexpressivas e teriam sido utilizadas apenas para viabilizar a inscrição dos candidatos homens, entre eles os vereadores eleitos Wendell Martins, Fábio Filho e Raimundo Júnior.

No entanto, após análise minuciosa do processo, o Ministério Público concluiu que não há provas suficientes que sustentem a tese de fraude. No parecer, o MP destacou que foram apresentados registros de atos de campanha, como fotos, vídeos e materiais de divulgação eleitoral, evidenciando a participação ativa das candidatas nas atividades eleitorais.

A promotoria reforçou ainda que a baixa votação não configura, por si só, uma candidatura fictícia, e que a avaliação de irregularidades deve se basear em provas concretas

Atuação das Candidatas nas eleições de 2024 – De acordo com o Ministério Público, as candidatas Ana Amélia (Aninha Lobo) e Maria das Graças comprovaram envolvimento direto na campanha, por meio de registros de eventos públicos, postagens em redes sociais e prestação de contas aprovada. Elas receberam, respectivamente, 394 e 103 votos.

Já no caso da candidata Brenda Carvalho, que obteve apenas 18 votos, o parecer apontou contradições. Embora ela tenha declarado que não realizou campanha e que foi coagida a participar apenas para preencher a cota feminina, documentos e imagens apresentados por outros réus demonstram que ela participou de atos públicos e eventos de campanha. O parecer do Ministério Público também menciona outras candidaturas de Brenda, como nas eleições de 2022, quando ela concorreu ao cargo de deputada federal pelo Partido Liberal (PL), tendo obtido 998 votos.

Apesar das inconsistências em sua defesa, o Ministério Público entendeu que não há elementos suficientes para caracterizar sua candidatura como fraudulenta. O parecer reitera que a ausência de grande visibilidade ou resultado expressivo nas urnas não constitui, isoladamente, prova de irregularidade, e defendeu a necessidade de cautela na análise, em respeito à autonomia do eleitor e à promoção da participação feminina na política.

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